JUSTIÇA – PGR defende restabelecimento de condenações no caso da Boate Kiss, tragédia de 2013 que deixou 242 mortos e mais de 600 feridos.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou nesta quinta-feira (2) no Supremo Tribunal Federal (STF) um parecer defendendo o restabelecimento das condenações de quatro acusados pelo incêndio na Boate Kiss, que ocorreu em 2013, na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, resultando na morte de 242 pessoas e deixando mais de 600 feridos.

O caso envolve a anulação da sessão do Tribunal do Júri que condenou os acusados em dezembro de 2021, uma decisão que foi mantida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 2023 e que foi proferida pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS). Diante disso, a PGR recorreu ao STF buscando reverter essa anulação.

A subprocuradora Claudia Sampaio Marques argumentou em seu parecer enviado ao STF que as supostas ilegalidades ocorridas durante o julgamento dos acusados deveriam ter sido questionadas durante a sessão do júri. Ela ressaltou ainda que a anulação do julgamento acaba revitimizando as famílias das vítimas, traspassando a dor que já foi vivenciada por elas.

As condenações que estão atualmente anuladas envolvem os ex-sócios da boate Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, além do vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, e o produtor musical Luciano Bonilha. Cada um deles havia recebido penas que variavam entre 18 e 22 anos de prisão.

Os advogados dos quatro acusados, por sua vez, reiteraram no STJ que o júri foi marcado por nulidades e defenderam que a decisão de anulação das condenações seja mantida. Eles apontam irregularidades como a realização de reuniões reservadas entre o juiz e o conselho de sentença sem a presença das partes interessadas, além do sorteio de jurados fora do prazo legal estabelecido.

O desfecho desse caso ainda é aguardado com expectativa, dada a gravidade dos fatos envolvidos e a necessidade de se garantir a justiça para as vítimas e seus familiares que até hoje enfrentam as consequências dessa tragédia.

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