JUSTIÇA – PGR defende prisão de Braga Netto por risco de obstrução em investigações sobre golpe de Estado durante governo Bolsonaro.

Na última terça-feira, 20 de junho, a Procuradoria-Geral da República (PGR) reafirmou em Brasília a necessidade de manutenção da prisão do general Walter Braga Netto. Acusado de tentar obstruir investigações relacionadas a um suposto complô golpista durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, Braga Netto está detido desde 14 de dezembro.

A atuação da Polícia Federal (PF) foi central na apuração das tentativas de interferência do general nas investigações, especialmente após tentativas de contato com o tenente-coronel Mauro Cid, que se tornou delator no caso. A defesa de Braga Netto, após sua recente aceitação como réu no Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou a sua soltura, um pedido que foi prontamente contestado pela PGR.

Segundo o procurador-geral Paulo Gonet, a aceitação da denúncia não minimiza os riscos de que o general interfira nas investigações. Em sua manifestação, direcionada ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, Gonet argumentou que “o oferecimento de denúncia não afasta automaticamente o perigo de interferência indevida na instrução criminal”. O procurador destacou a importância de garantir que o curso regular da apuração não seja comprometido, enfatizando que essa fase investigativa ainda não se iniciou oficialmente.

Braga Netto faz parte do que foi denominado “núcleo 1” do suposto golpe, ao lado de Jair Bolsonaro e ex-integrantes de seu gabinete. Entre os outros réus destacados, estão figuras de destaque como o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, todos aliados próximos do ex-presidente. O caso ganhou repercussão significativa e gerou debates acalorados sobre a legalidade das ações dos envolvidos, além do impacto delas na democracia brasileira.

Com a aceitação da denúncia pelo STF, que ocorreu de forma unânime em março, o cenário político e jurídico continua a se desenrolar, levantando questões sobre os limites da ação do Estado e as potencialidades de consequências legais para os réus, que agora enfrentam um processo judicial em meio a um ambiente de intensas tensões políticas. A expectativa é que novas revelações surjam conforme as investigações avançam, mantendo a atenção do público e da mídia voltadas para esse delicado episódio da história política do Brasil.

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