O pedido foi feito pelo delegado Fábio Shor, responsável pelas investigações, que argumentou que as provas reunidas na investigação sobre a tentativa de golpe podem contribuir para a apuração do uso ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Segundo o delegado Shor, os elementos de prova coletados durante a fase ostensiva da investigação podem subsidiar as apurações relacionadas à formação criminosa de uma estrutura de inteligência paralela dentro da Abin. A Polícia Federal suspeita que policiais e delegados da corporação cedidos à Abin, assim como servidores do órgão, teriam participado de uma organização criminosa para monitorar ilegalmente autoridades públicas durante o governo Bolsonaro.
Além disso, o compartilhamento do inquérito do golpe também será utilizado pela corregedoria da PF para investigar a conduta dos profissionais cedidos à Abin. No mês anterior, Bolsonaro e outros 36 aliados foram indiciados pela PF pela tentativa de golpe. Segundo as investigações, o presidente Bolsonaro tinha conhecimento de um plano para assassinar o ministro Alexandre de Moraes, o ex-presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Com o pedido de compartilhamento de dados, a Polícia Federal busca fortalecer as investigações sobre a atuação da Abin Paralela e elucidar possíveis crimes cometidos durante o governo de Jair Bolsonaro. A autorização do ministro Alexandre de Moraes para a troca de informações será decisiva para avançar nas investigações em curso.