Em um contexto delicado, o ministro do STF havia exposto, no dia 10 de setembro, que passou a ser alvo de sérias ameaças à sua vida e segurança pessoal após ter votado pela condenação de Bolsonaro e outros sete réus por envolvimento em uma suposta trama golpista. Tais declarações lançaram luz sobre um cenário de hostilidade crescente enfrentado por figuras públicas, especialmente aquelas que tomam decisões impopulares.
A delegada responsável pela investigação destacou que as ameaças sofridas por Dino podem estar conectadas ao inquérito que trata sobre as milícias digitais, ambientes virtuais onde grupos organizados disseminam desinformação e promovem coação. Ela solicitou que Alexandre de Moraes, relator do inquérito, avalie a possível relação entre as ameaças ao ministro e os inquéritos sobre essas milícias. A PF, em sua análise preliminar, identificou cerca de 50 perfis que teriam disparado as ameaças, indicando um esforço determinante para compreender a extensão do problema.
Além disso, a Polícia Federal requereu que uma investigação específica seja aberta para lidar estritamente com as ameaças contra Flávio Dino. A solicitação incluiu um pedido para que as plataformas de redes sociais colaborem, fornecendo dados dos perfis que realizaram as postagens ameaçadoras.
Esse não é um caso isolado; recentemente, a PF indiciou uma mulher que tentou agredir Flávio Dino durante um voo, um episódio que ressalta a escalada de hostilidades enfrentadas por líderes políticos. A acusada, cuja identidade não foi divulgada, responderá pelos crimes de injúria e incitação ao crime. Diante desse cenário, a proteção de figuras públicas e a integridade do debate democrático são questões que ganham cada vez mais relevância no Brasil.