O ex-presidente Bolsonaro, juntamente com mais 36 acusados, foi indiciado pela PF por sua participação no planejamento do golpe e na tentativa de abolir violentamente o Estado Democrático de Direito. O sigilo do inquérito foi levantado nesta terça-feira (26) pelo ministro do STF, expondo os detalhes da operação golpista.
Segundo as investigações, a data estabelecida para o golpe foi considerada relevante, pois o ex-presidente Bolsonaro se encontrou com o ministro da Justiça, Anderson Torres, e os generais da reserva Braga Netto, Mario Fernandes e Freire Gomes no Palácio da Alvorada. Neste mesmo dia, uma operação clandestina estava em andamento para prender o ministro Alexandre de Moraes.
No entanto, a falta de apoio das tropas militares, em especial do general Freire Gomes e do alto comando do Exército, frustrou os planos do grupo golpista. Após constatar a falta de adesão das tropas, Bolsonaro optou por não assinar o decreto golpista, apesar de tê-lo pronto para execução.
Além disso, as investigações revelaram que a Aeronáutica e a Marinha também não apoiaram a tentativa de golpe, impedindo a consumação do ato. A implementação do golpe estava prevista para ocorrer após a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckimin.
Em consequência desses acontecimentos, no dia 12 de dezembro de 2022, grupos manifestantes tentaram invadir a sede da Polícia Federal em Brasília e incendiaram ônibus nas proximidades, demonstrando a tensão política e social que cercava o país naquele momento. A tentativa de golpe foi frustrada graças à atuação das instituições e das forças armadas que se posicionaram contra a ruptura institucional no país.