“Quem sou eu para orientar o Eduardo Bolsonaro?”, questionou Malafaia, buscando deslegitimar as alegações de que estaria atuando como um conselheiro político. O pastor, reconhecido por sua influência no meio evangélico e suas posiçõescontroversas, enfatizou que sua função é de líder religioso, não de político. “Eu sou um líder religioso. Eu não sou um bandido nem um moleque”, rebateu, enfatizando sua indignação frente às alegações.
Malafaia foi ainda mais longe ao criticar o que ele considera uma violação da liberdade de expressão, afirmando que Moraes estaria instituindo um “crime de opinião no Estado Democrático de Direito”. Ele levantou questões sobre a permissibilidade de interações entre cidadãos e expressou seu descontentamento ao afirmar: “Onde é que você é proibido de conversar com alguém? Que país é esse? Que democracia é essa?”. O pastor se mostrou firme ao afirmar que não teme reprisões de quem rotula de tiranos e comentou sobre a apreensão de seus cadernos, que continham anotações de mensagens e versículos bíblicos: “Isso é uma vergonha”.
Além disso, Malafaia mencionou a possibilidade de organizar atos de protesto no dia 7 de setembro, como forma de contestar as decisões do ministro Moraes. Em suas declarações, clamou por um impeachment, considerando que Moraes deve ser julgado e responsabilizado por suas ações.
A operação contra Malafaia, determinada por Moraes, ocorreu no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, onde o celular do pastor foi apreendido e ele recebeu uma série de restrições, incluindo a proibição de deixar o país e de se comunicar com outros investigados em ações penais que envolvem tentativas de golpe de Estado. A decisão reflete um clima tenso e polarizado em torno da política brasileira e a crescente tensão entre autoridades e figuras públicas que se opõem ao governo atual.