Em sua solicitação, os partidos pedem que o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, realize uma perícia independente, a fim de verificar alegações de violações de direitos humanos que podem ter ocorrido durante a operação. Os pedidos estão contidos no processo conhecido como ADPF das Favelas, no qual o STF já estabeleceu uma série de medidas para conter a letalidade policial na capital fluminense.
Segundo os dados apresentados pelos partidos, a operação resultou em um número de mortes superior ao de prisões. Do total de 99 pessoas identificadas até o momento, 78 possuíam antecedentes criminais e 42 tinham mandados de prisão pendentes. Este cenário acirra as críticas em relação à ação da polícia, que, conforme destacam os partidos, acabou matando mais do que prendendo. Os números ilustram uma grave preocupação com as violações de direitos humanos, onde para cada duas pessoas mortas ou presas, somente uma arma foi apreendida.
Os partidos formalizaram sete pedidos ao STF. Entre as solicitações estão a garantia do reconhecimento imediato dos corpos pelos familiares, a desburocratização dos procedimentos de liberação, a ampliação do horário de funcionamento dos serviços cartoriais e a aceitação de peritos independentes nas investigações. Além disso, eles pedem uma inspeção urgente nas condições do Instituto Médico Legal (IML) e que o Estado apresente, em 48 horas, uma lista das vítimas e o destino dos corpos.
A Operação Contenção, que mobilizou cerca de 2,5 mil policiais e tem sido considerada a mais letal dos últimos 15 anos no Rio, resultou em aproximadamente 120 mortes, incluindo quatro policiais. Durante a ação, foram registradas 113 prisões e a apreensão de substâncias ilícitas, além de um arsenal significativo. A operação buscava combater a facção criminosa Comando Vermelho e cumprir dezenas de mandados de busca e apreensão.
Os desdobramentos da Operação Contenção e suas repercussões sociais e políticas ainda são motivo de intensa discussão, e os partidos agora se colocam como defensores de direitos e da transparência, pedindo medidas que assegurem um tratamento humano às vítimas e suas famílias em meio a uma situação que revela as complexidades e os desafios da segurança pública no Brasil.









