O magistrado Ivan Lúcio Amarante, que atua na Segunda Vara de Vila Rica, foi afastado de suas funções por determinação do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, foi determinada a apreensão de bens e valores que podem chegar a R$ 30 milhões. Este é o segundo afastamento do juiz, que já havia sido suspenso pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) devido às mesmas investigações. A defesa do magistrado se posicionou, afirmando que ele “nega veementemente” as acusações e destacando a ausência de registros funcionais negativos ao longo de mais de três décadas de carreira.
A PF revelou que um sofisticado esquema foi montado para ocultar o pagamento de propinas em troca de decisões judiciais favoráveis proferidas pelo juiz em questão. A operação incluiu três mandados de busca e apreensão no estado do Mato Grosso. Amarante teve seu passaporte confiscado e está proibido de deixar o país, enquanto outras investigações estão em andamento. Os envolvidos enfrentam sérias acusações de corrupção judiciária e lavagem de dinheiro.
As investigações tiveram origem no assassinato do advogado Roberto Zampieri, que ocorrera em dezembro de 2023. A análise de seu celular revelou um conteúdo comprometedora, incluindo mensagens a respeito da venda de sentenças judiciais, o que levou a PF a aprofundar as investigações.
Além de Amarante, dois outros juízes do TJMT também foram afastados e estão sob a investigação do CNJ. Nas etapas anteriores da operação, servidores do STJ haviam sido alvo, com o tribunal assegurando que não há indícios de envolvimento de ministros nas irregularidades que estão sendo apuradas. Na véspera, a PF havia lançado a sétima etapa da operação, investigando potenciais mandantes e executores do crime que vitimou Zampieri, incluindo um grupo suspeito de tráfico de influência a partir da negociação de assassinatos de autoridades. A situação é alarmante e indica a necessidade urgente de medidas eficazes para restaurar a confiança na justiça brasileira.