JUSTIÇA – Operação Overclean: Dois prefeitos da Bahia afastados por desvios em emendas parlamentares e investigação de corrupção é deflagrada pela Polícia Federal.



Na última sexta-feira, o ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu pelo afastamento cautelar de dois prefeitos baianos, envolvidos em um esquema de desvio de emendas parlamentares. A medida é um desdobramento da quarta fase da Operação Overclean, que está sendo conduzida pela Polícia Federal (PF), cujo foco é uma organização criminosa suspeita de fraudes licitatórias, corrupção e lavagem de dinheiro.

Os prefeitos afastados são Humberto Raimundo Rodrigues de Oliveira, da cidade de Ibipitanga, e Alan Machado, que administra Boquira. A operação, marcada pela efetividade no combate à corrupção, também mira outros personagens relevantes na trama, como o deputado federal Félix Mendonça e o ex-prefeito de Paratinga, Marcel José Carneiro de Carvalho. Mendonça, que pertence ao PDT da Bahia, está sendo alvo de uma quebra de sigilo telefônico, enquanto buscas estão sendo realizadas em endereços vinculados a um de seus assessores, Marcelo Chaves Gomes.

O esforço integrado da PF, Receita Federal e Controladoria-Geral da União (CGU) resultou na execução de 16 mandados de busca e apreensão, além de três ordens de afastamento cautelar de servidores públicos. A investigação alega que o grupo criminoso atuava na liberação de emendas parlamentares destinadas às cidades de Boquira, Ibipitanga e Paratinga entre 2021 e 2024, mediante o pagamento de vantagens indevidas. Além disso, os investigados são acusados de manipular processos licitatórios para beneficiar interesses próprios.

Os crimes que estão sendo apurados incluem organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos, além de lavagem de dinheiro. A magnitude e a seriedade dessas acusações ressaltam a urgência de um combate mais intensivo à corrupção no Brasil.

O desenrolar da Operação Overclean coincide com uma discussão relevante que ocorre no STF sobre a constitucionalidade das emendas impositivas ao Orçamento, cuja execução é obrigatória pelo governo. A audiência convocada pelo ministro Flávio Dino, relator de ações que questionam essas emendas, contará com a presença dos presidentes do Senado e da Câmara, Davi Alcolumbre e Hugo Motta, que devem apresentar suas considerações sobre o tema. A sincronia entre a operação policial e os debates legislativos enfatiza a intersecção entre corrupção e a gestão pública, colocando em evidência a necessidade de maior transparência e governança no uso dos recursos públicos.

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