A petição inicial foi apresentada durante a campanha eleitoral do ano passado, quando Bolsonaro estava buscando a reeleição. A acusação alegava que Lula havia se aliado a influenciadores nas redes sociais para espalhar calúnias e difamações contra Bolsonaro, em uma estratégia que foi chamada de “guerra digital petista”.
O caso em questão está relacionado a uma entrevista em que Bolsonaro afirmou em um podcast que teria havido um clima impróprio envolvendo meninas venezuelanas em uma região do Distrito Federal. Os advogados de Lula argumentam que a declaração foi tirada de contexto por influenciadores digitais, com o intuito de apresentar Bolsonaro como pedófilo.
Gonçalves, que é o relator do caso, já havia rejeitado a abertura da Aije anteriormente, alegando que a única prova apresentada foram as publicações feitas por perfis famosos nas redes sociais, sem evidências de que essas postagens foram orquestradas pela campanha de Lula.
Os advogados de Bolsonaro, então, recorreram ao plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por meio de um agravo, na esperança de reverter a decisão do relator. No agravo, Gonçalves reforçou sua posição anterior, afirmando que os advogados de Lula não apresentaram nenhuma evidência de uma ação coordenada entre os autores das postagens. Portanto, segundo o corregedor, não há fundamentos para alegar que houve uma atuação orquestrada.
Os outros seis ministros do TSE ainda não votaram e têm até o dia 18 de agosto para fazê-lo, a menos que haja um pedido de vista (mais tempo para análise) ou um destaque (envio do caso ao plenário físico).
É importante ressaltar que cada ministro tem total autonomia para analisar o caso e emitir seu voto de acordo com sua convicção jurídica. Portanto, ainda não é possível prever qual será o desfecho final dessa questão. O julgamento continuará e todas as partes envolvidas terão a oportunidade de apresentar seus argumentos e provas antes que uma decisão seja tomada.