Ministério Público do Rio de Janeiro solicita prisão preventiva de líderes do Comando Vermelho
Em um movimento emblemático contra o crime organizado, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) protocolou um pedido de prisão preventiva contra três notórios líderes da facção criminosa Comando Vermelho. Márcio dos Santos Nepomuceno, popularmente conhecido como Marcinho VP, Marco Antônio Pereira Firmino da Silva, conhecido como My Thor, e Cláudio José de Souza Fontarigo, o Claudinho da Mineira, são alvos de uma investigação que revela manobras protelatórias destinadas a atrasar um processo judicial por homicídio que se estende por quase 23 anos.
Os réus atualmente estão cumprindo pena por outros crimes, mas a prolongada tramitação do caso em questão é atribuída a táticas de obstrução do processo. Segundo o MPRJ, essas manobras incluem desistências estratégicas de advogados e a entrega de documentos em grande volume no último momento, uma prática apelidada de “document dumping”. Esse tipo de ação não apenas retarda o andamento do processo, mas também demonstra uma clara intenção de garantir a liberdade de Marcinho VP, que deverá encerrar sua pena máxima em 2026.
O MPRJ argumenta que, mesmo encarcerados, os acusados continuam a orquestrar atividades ilícitas de dentro das prisões, reforçando a necessidade de sua detenção preventiva para preservar a ordem pública. O juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca da Capital agora deverá avaliar o pedido, que se fundamenta no risco que a eventual liberação dos réus representaria para a sociedade.
Marcinho VP, um dos principais nomes do Comando Vermelho, está atrás das Grades há quase três décadas e, através de uma rede de advogados e familiares, continua a ditar ordens para a organização criminosa. Já My Thor, com uma longa trajetória criminal e condenações, enfrenta a iminente transferência para um presídio federal devido à sua relevância dentro da facção. Por sua vez, Claudinho da Mineira, que escapou de uma instalação penal em 2013, também voltou a ser capturado e, após ser beneficiado com a progressão de regime, encontra-se no Complexo de Gericinó.
Diante deste cenário, a mobilização do MPRJ sinaliza um esforço contínuo das autoridades para combater a criminalidade organizada e garantir que os responsáveis por tais atos não apenas enfrentem a Justiça, mas também vejam sua influência minimizada dentro e fora do sistema penal.
