Os ex-agentes em questão, ligados a unidades como o DOI-Codi, Dops e IML em São Paulo, estão sendo acusados de participação direta ou indireta em atos de sequestro, tortura, assassinato e ocultação de informações sobre as circunstâncias da morte desses opositores políticos. Entre os réus estão nomes conhecidos, como o ex-delegado do Dops Sérgio Paranhos Fleury e o ex-comandante do DOI-Codi Carlos Alberto Brilhante Ustra, considerados agentes de extermínio.
A ação do MPF visa também cumprir recomendações de organismos internacionais de direitos humanos, como a Corte Interamericana de Direitos Humanos e a Comissão Nacional da Verdade, para que o Estado brasileiro promova medidas de reparação, preservação da memória e busca pela verdade sobre os crimes cometidos durante a ditadura. Este é o segundo processo civil público movido pelo MPF neste ano, demonstrando a relevância e a urgência dessas questões.
Além da responsabilização dos ex-agentes, a ação pede medidas de reparação e preservação histórica, incluindo a criação de espaços de memória e a promoção de educação sobre igualdade de gênero para integrantes das Forças Armadas e órgãos de segurança pública. A retomada dos trabalhos da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos da Ditadura, liderada pelo ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, também é um passo fundamental para buscar a verdade e combater narrativas falsas sobre esse período obscuro da história do Brasil.
Em suma, a ação do MPF em São Paulo representa um esforço significativo para buscar justiça, reparação e verdade em relação aos crimes cometidos durante a ditadura militar, contribuindo para o processo de reconciliação histórica e para a garantia de que tais atrocidades não se repitam no futuro.