JUSTIÇA – MPF e DPU movem ação contra Google e responsáveis por discursos de ódio no YouTube para regular conteúdo policial em plataformas de podcast.

O Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU) estão movendo uma ação civil pública contra o Google e responsáveis por canais do YouTube que veicularam discursos de ódio e incitação à violência. A intenção é eliminar publicações e regular o conteúdo divulgado por policiais em programas de podcast e videocast na plataforma, visando evitar abusos no direito à liberdade de expressão.

A ação também busca garantir que o Estado tome as medidas disciplinares adequadas, regulando o uso de redes sociais por policiais militares e fiscalizando possíveis usos indevidos das plataformas por agentes públicos. Isso se tornou necessário devido à disseminação de postagens de policiais com conteúdo violento e discriminatório, que incitam a violência e estigmatizam comunidades pobres, negras e periféricas.

O caso foi inicialmente investigado pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do MPF no Rio de Janeiro, por meio de um inquérito civil, após reportagens do Ponte Jornalismo enfatizarem o conteúdo violento veiculado por policiais em diversos canais do YouTube. A Defensoria Pública da União também iniciou um procedimento similar de apuração.

Segundo Julio Araujo, procurador regional dos Direitos do Cidadão, e Thales Arcoverde, defensor regional de Direitos Humanos, a omissão em relação à investigação dos eventos e a falta de medidas disciplinares diante das condutas nos programas são questões extremamente preocupantes. Essa inércia permite que práticas prejudiciais continuem sem consequências, minando a confiança na instituição policial e expondo comunidades a possíveis danos.

O MPF e a DPU solicitaram à Justiça Federal a exclusão imediata dos trechos citados na ação e a implementação de medidas pelo Google para casos futuros. Além disso, pediram que a empresa monitore e modere o conteúdo publicado em canais específicos, como Copcast, Fala Glauber, Café com a Polícia e Danilsosnider. A intenção é que o Google desenvolva um plano que permita a análise contínua do conteúdo e a rápida remoção de material discriminatório.

Ademais, foi requerido à Justiça que o Estado regule o discurso de ódio ou perigoso por membros da Polícia Militar, incluindo-o em uma instrução normativa específica e adotando medidas disciplinares em relação aos casos mencionados na ação judicial.

Por fim, o MPF e a DPU solicitaram que o Google seja condenado a pagar uma indenização de R$ 1 milhão e que os policiais militares envolvidos sejam responsabilizados com uma quantia de R$ 200 mil por danos morais coletivos. A Agência Brasil entrou em contato com o Google em busca de posicionamento, aguardando resposta.

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