JUSTIÇA – MPF cobra explicações da Prefeitura de SP sobre suspensão de aborto legal em hospital de referência na Vila Nova Cachoeirinha

Ministério Público Federal cobra explicações da Prefeitura de São Paulo sobre a suspensão de atendimentos para aborto legal no Hospital Municipal e Maternidade da Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte da cidade. Segundo o MPF, a unidade é considerada uma das principais a realizar o procedimento na capital paulista, particularmente para mulheres com mais de 22 semanas de gestação.

O órgão questiona os motivos que levaram à administração municipal a suspender o serviço, tornando-o indisponível no hospital desde o mês passado. A legislação brasileira permite a interrupção da gravidez em casos de estupro, anencefalia do feto ou risco à vida da gestante. O prazo para envio das respostas é de dez dias úteis.

O Ministério Público destaca que “a legislação brasileira não fixa limite temporal de desenvolvimento do feto para que gestantes que tenham direito ao aborto procurem os serviços de saúde e sejam atendidas”.

Além disso, o MPF solicitou à Secretaria Municipal de Saúde informações sobre as outras quatro unidades que realizam abortos legais na cidade, a fim de identificar se estão efetuando o procedimento, independentemente da idade gestacional, conforme prevê a legislação. Os hospitais municipais do Tatuapé, do Campo Limpo, do Jardim Sarah e Tide Setúbal estão na mira do órgão.

Em resposta, a Secretaria Municipal da Saúde afirmou que aguarda notificação e está à disposição do órgão para prestar todos os esclarecimentos necessários. A pasta justifica que a suspensão do serviço foi necessária para realizar mutirões de cirurgias, como de endometriose e histerectomia, e outros procedimentos relacionados à saúde da mulher.

A prefeitura também reforça que o procedimento continua sendo feito em outros quatro hospitais da rede municipal referenciados e capacitados para realizá-lo, independentemente do período gestacional, de acordo com a legislação. Os procedimentos podem ser realizados nos hospitais Dr. Cármino Caricchio (Tatuapé), Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha (Campo Limpo), Tide Setúbal e Prof. Mário Degni (Jardim Sarah). “Esses quatro hospitais têm plena capacidade de atender a demanda do município”, ressalta a prefeitura.

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