JUSTIÇA – MPF ajuíza ação civil pública para responsabilizar 37 ex-agentes da ditadura pela execução de Carlos Marighella, opositor do regime militar.

O Ministério Público Federal (MPF) moveu uma ação civil pública contra 37 ex-agentes da ditadura militar, com o objetivo de responsabilizá-los na esfera cível pela execução de Carlos Marighella, proeminente opositor do regime, em 1969. A ação busca diversas condenações, incluindo a perda de aposentadorias, restituição dos gastos do Estado com indenizações concedidas aos familiares da vítima e pagamento de compensações por danos morais coletivos causados pela repressão política durante a ditadura.

Essa nova ação se soma a outras duas iniciativas anteriores do MPF, que visam responsabilizar ex-agentes do regime militar por prisões ilegais, torturas, mortes e desaparecimentos forçados de militantes políticos perseguidos na época. Além disso, parte dos envolvidos na morte de Marighella já tinha sido alvo de denúncia anterior por homicídio qualificado e falsidade ideológica.

O MPF também busca preservar a memória e esclarecer os fatos ocorridos durante a ditadura, exigindo que o estado de São Paulo e a União realizem um ato público de desagravo à memória de Marighella e incluam informações sobre o caso em espaços dedicados à preservação da história desse período sombrio do Brasil.

Marighella, que liderava a Aliança Libertadora Nacional (ALN), foi considerado o “inimigo público número 1” do regime militar e foi executado em uma operação realizada pelo Departamento de Ordem Política e Social (Dops). Um dos réus é o ex-delegado Sérgio Paranhos Fleury, responsável pela operação que resultou na morte do militante.

A procuradora da República Ana Letícia Absy, autora da ação do MPF, destaca que a Lei da Anistia, frequentemente usada para impedir investigações e condenações, foi criada para proteger os agentes do Estado que cometiam crimes durante o regime militar. Segundo Absy, a lei continua a impedir a punição dos responsáveis pelos atos cometidos nesse período, evidenciando a impunidade que persiste até os dias atuais.

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