De acordo com o relatório da PF, durante o período analisado, foram feitos R$ 30.576.801,36 em créditos e R$ 30.595.430,71 em débitos. O documento não aponta irregularidades na origem dos fundos, mas destaca cerca de 50 comunicações de movimentações consideradas atípicas, envolvendo não apenas o ex-presidente, mas também familiares próximos, como sua esposa, Michele, e seu filho Eduardo.
Dentre as 50 movimentações atípicas, quatro levantaram suspeitas diretamente relacionadas às contas de Bolsonaro e outras quatro nas de Eduardo. O restante das operações refere-se a contas de terceiros. Os pesquisadores afirmam que essas movimentações podem estar ligadas a possíveis práticas de lavagem de dinheiro ou outras atividades ilícitas, envolvendo os principais investigados.
Um dos repasses considerados suspeitos foi de R$ 2 milhões para custear a estadia de Eduardo nos Estados Unidos, valor que foi confirmado por Bolsonaro e que resultou de doações feitas por apoiadores via Pix no período de 2023 e 2024, totalizando R$ 19 milhões. O Coaf também registrou uma transferência de R$ 2 milhões da conta de Bolsonaro para Michele, uma quantia que, segundo a PF, foi omitida pelo ex-presidente em seu depoimento.
Adicionalmente, foi identificada uma operação de câmbio no valor de R$ 1,6 milhão, enviada de Eduardo para uma conta do banco Wells Fargo, levantando mais dúvidas sobre as movimentações financeiras da família. Essas operações financeiras, somadas a despesas de R$ 6,6 milhões em honorários advocatícios, delineiam um quadro que gera questionamentos sobre a origem e a destinação dos recursos.
A defesa de Bolsonaro foi contatada e manifestou surpresa com o indiciamento, aguardando espaço para se pronunciar sobre as questões levantadas. A situação permanece envolta em complexidade e é acompanhada de perto pelos meios de comunicação e pela sociedade.