JUSTIÇA – Moraes reforça: “Justiça é cega, mas não é tola”, ao decretar prisão domiciliar de Bolsonaro por descumprimento de medidas cautelares.

Na última segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes, integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), proferiu uma declaração contundente ao reafirmar que “a Justiça é cega, mas não é tola”. Essa afirmação foi o alicerce para sua recente decisão que impôs medidas de prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro, em decorrência de infrações cometidas nas imposições legais que o restringem.

Em suas declarações, Moraes enfatizou que a Justiça deve ser tratada com respeito e que não se permitirá que um réu utilize sua influência política e econômica como um escudo para a impunidade. “A Justiça é igual para todos. O réu que descumpre deliberadamente as medidas cautelares – pela segunda vez – deve sofrer as consequências legais”, reafirmou o ministro.

Recentemente, Moraes havia estabelecido uma série de restrições ao ex-presidente, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e uma proibição sobre suas atividades nas redes sociais. No entanto, a situação se complicou quando, de acordo com Moraes, os filhos de Bolsonaro – Flávio, Carlos e Eduardo – publicaram mensagens de agradecimento em homenagem ao ex-presidente, aludindo a atos de apoio promovidos no dia anterior. Essa ação foi interpretada como um desrespeito claro às determinações judiciais previamente impostas.

Essas medidas cautelares surgiram no contexto de um inquérito no qual Eduardo Bolsonaro é investigado por supostas manobras envolvendo o governo americano, especificamente por promover intervenções políticas que visavam prejudicar o governo brasileiro e seus ministros. Em março, Eduardo havia se retirado do Brasil, alegando perseguição política, e resolveu residir nos Estados Unidos, ampliando a complexidade do caso familiar que envolve o ex-presidente.

Além disso, Jair Bolsonaro está sendo processado no âmbito de um caso que investiga suas ações relacionadas a tentativas de golpe, que deve ser julgado em setembro. O retorno à discussão do papel da Justiça e suas responsabilidades reafirma a importância da equidade legal em um Estado democrático, onde todos, independente de sua posição, estão sujeitos à mesma legislação. A situação envolvendo o ex-presidente e suas ações em relação às determinações judiciais segue a ser um ponto de intensa controvérsia e atenção pública.

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