Os sete integrantes deste núcleo teriam, segundo as acusações, manipulado informações para desacreditar o sistema eleitoral brasileiro, além de coordenar ataques a adversários políticos. Em seu voto, Moraes expressou a intenção de condenar não apenas Valdemar Costa Neto, mas todos os envolvidos, incluindo Carlos Cesar Rocha, presidente do Instituto Voto Legal. Rocha, que foi responsável por um relatório encomendado por Costa Neto, alega que haveria falhas técnicas nas urnas eletrônicas. Moraes argumentou que Rocha tinha plena consciência da falsidade das informações veiculadas em seu documento e que seu objetivo era conferir uma aparência de legitimidade técnica às acusações formuladas pelo grupo.
O relatório em questão foi fundamental para que Valdemar questionasse os resultados da eleição na Justiça Eleitoral. Na ocasião, Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), rejeitou as alegações de Costa Neto, aplicando uma multa significativa ao partido. Ao se referir à denúncia, o ministro a classificou como “uma das coisas mais bizarras que a Justiça Eleitoral já recebeu desde a sua criação”.
Embora Costa Neto já tenha enfrentado investigações por parte da Polícia Federal, ele não chegou a ser denunciado pelo Procurador-Geral da República, Paulo Gonet. A defesa de Rocha apontou uma aparente contradição no caso, já que o autor do relatório foi indiciado, enquanto quem alegadamente se beneficiou desse documento permaneceu livre de acusações.
Antes de finalizar seu voto, Moraes fez uma recomendação: que, se Carlos Rocha for condenado, todos os autos e provas dessa ação penal sejam incorporados ao inquérito que apura a atuação de Valdemar Costa Neto, permitindo que este seja novamente investigado por seu suposto envolvimento nas tentativas golpistas que repercutiram na política brasileira.