A argumentação dos defensores buscava a inclusão de Fux, mas Moraes, ao se pronunciar, qualificou o pedido como “absurdo” e “sem pertinência”. O ministro esclareceu que, embora Fux tivesse estado envolvido anteriormente na tramitação do caso, ele mesmo havia solicitado a mudança de turma, o que o impossibilita de decidir sobre processos da nova turma na qual não mais atua. Em suas palavras, Moraes afirma que “o pedido é ainda mais protelatório, evidenciando a falta de fundamento”.
Após a negativa do ministro, o advogado de Martins, Jeffrey Chiquini, insistiu em sua defesa apresentando novos pedidos que incluíam a retirada de documentos do processo e a inclusão de slides que não tinham sido previamente autorizados. Tais solicitações, contudo, também foram prontamente negadas por Moraes. A insistência de Chiquini na tribuna, mesmo com o microfone desligado, levou o presidente da sessão a requisitar a presença de policiais judiciais, que se aproximaram quando o advogado decidiu retornar a seu assento.
O julgamento, então, prosseguiu com a leitura do relatório por Moraes, contendo um resumo da ação penal e das argumentações apresentadas tanto pela acusação quanto pela defesa. Nesse contexto, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, iniciou sua sustentação oral.
Os réus do núcleo 2 são apontados como parte de uma tentativa de garantir a permanência de Jair Bolsonaro no poder, mesmo diante da derrota nas eleições de 2022. Entre os acusados estão Filipe Martins, Marcelo Câmara, Silvinei Vasques, Mário Fernandes, Marília de Alencar e Fernando de Sousa Oliveira. Todos enfrentam graves acusações, como organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Além disso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Martins de ser um dos principais articuladores de uma minuta que propunha o Estado de Sítio, enquanto Fernandes estaria ligado à elaboração de um plano de assassinato de figuras proeminentes. As atividades de monitoramento ilegal de Moraes também teriam sido atribuídas a Câmara, enquanto Vasques foi acusado de interferir na liberdade de circulação de eleitores no Nordeste durante a segunda rodada das eleições.
Todos os réus negam qualquer envolvimento na trama. Até o momento, o STF já removeu da cena golpista 24 réus vinculados a outros núcleos e, apesar da presença de críticos, a expectativa é que os desdobramentos do caso ainda reservem novos capítulos. O núcleo 5, liderado por Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente da ditadura João Figueiredo, ainda aguarda julgamento, sem previsão determinada.
