JUSTIÇA – Moraes nega pedido de coronel para participar da formatura da filha em meio a investigações por envolvimento em trama golpista contra Bolsonaro.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou um pedido do coronel Marcelo Câmara para que ele pudesse participar da formatura de sua filha, que completa 15 anos. Câmara é réu em uma ação penal relacionada a um dos núcleos da tentativa de garantir a permanência do ex-presidente Jair Bolsonaro no poder, mesmo após sua derrota nas urnas.

Nos últimos meses, a defesa do coronel fez solicitações para que ele pudesse comparecer a eventos de formatura da filha, que se formará em medicina em Maceió, entre os dias 10 e 15 de novembro. No entanto, Moraes argumentou que a autorização seria inviável, uma vez que a prisão preventiva do militar visa restringir sua movimentação e comunicação, especialmente após descumprimentos de medidas cautelares anteriores.

Moraes enfatizou que cabe ao requerido adaptar sua rotina às determinações judiciais e não o contrário. Essa decisão segue o parecer do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que avaliou a situação sob a ótica da legalidade e das garantias processuais.

Câmara, que foi preso sob a ordem de Moraes, teve seu nome envolvido em polêmicas após diálogos com seu advogado, Eduardo Kuntz, e o tenente-coronel Mauro Cid, um dos delatores da operação golpista. As comunicações, que ocorreram por meio de um perfil falso em redes sociais, foram reveladas pelo próprio advogado, que pretendia mostrar a má-fé do delator. Contudo, isso levou à determinação de investigação do advogado por tentativa de obstrução da Justiça.

Embora o pedido para participar da formatura tenha sido negado, Moraes permitiu que Câmara recebesse visitas presenciais de até quatro pessoas previamente autorizadas, com agendamento. Entre as pessoas que poderão visitá-lo está o ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet.

Esse caso ilustra não apenas os desdobramentos jurídicos em torno da operação golpista, mas também a tensão entre as obrigações legais e os laços familiares de alguém em uma situação delicada como a de Câmara. As decisões do STF refletem a difícil tarefa de equilibrar a justiça e os direitos dos réus em um contexto político extremamente polarizado.

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