Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, tem laços familiares diretos com o deputado cassado Chiquinho Brazão, também réu neste caso. Ambos são acusados de serem mandantes do homicídio que tirou a vida de Marielle, que se destacou como uma voz forte em defesa dos direitos humanos e das minorias.
Por outro lado, Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, é acusado de ter fornecido apoio fundamental aos executores do crime, como Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, que já estão presos e confessaram o assassinato. A acusação sustenta que o crime foi motivado por disputas relacionadas a terras na Zona Oeste da capital fluminense, onde Marielle atuava contra projetos que beneficiavam interesses econômicos e políticos dos irmãos Brazão.
Ambos os réus estão encarcerados desde março de 2022. Na decisão de manter suas prisões, Moraes enfatizou a necessidade de assegurar a ordem pública e a correta aplicação da lei penal, considerando a influência econômica e a conexão com redes criminosas existentes na cidade do Rio de Janeiro. O parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que acompanhou a decisão, reforça a urgência de seu encarceramento, alertando que, se permanecessem soltos, poderiam obstruir as investigações, dado o poder que exercem.
Em contrapartida, o ex-deputado Chiquinho Brazão, atualmente sob prisão domiciliar devido a problemas de saúde, viu Moraes determinar esclarecimentos sobre uma possível violação das condições de sua prisão.
A ação penal relacionada ao caso das mortes de Marielle e Anderson segue em fase de instrução, permitindo que acusação e defesa solicitem diligências e depoimentos de testemunhas. O futuro do processo, que pode levar a condenações ou absolvições, ainda está indefinido, e a expectativa é de que o julgamento de mérito ocorra em momento posterior. O caso reflete a tensão entre justiça e política em um cenário que suscita debates acalorados sobre corrupção e criminalidade no Brasil.