Marcelo Câmara foi preso em junho, após o ministro Moraes determinar que ele havia violado uma ordem que o proibia de usar redes sociais. Essa infração ocorreu mesmo com a interveniência de seus advogados, o que levou a Justiça a considerar a possibilidade de obstrução de investigações cruciais. A situação se agravou quando o advogado de Câmara, Eduardo Kuntz, comunicou ao STF que seu cliente havia sido contatado por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, através das redes sociais.
Para o ministro, a interação entre Câmara e Cid foi uma transgressão grave das obrigações legais do advogado, levantando preocupações sobre a integridade da investigação. Moraes, então, decidiu abrir um inquérito para investigar a possível obstrução da justiça por parte do advogado. Em sua decisão mais recente, Moraes reiterou que não houve mudança nos elementos processuais que justificariam a liberdade de Câmara, evidenciando que a tentativa de obter informações confidenciais do acordo de colaboração premiada de Cid representava um risco significativo para as investigações em curso.
Atualmente, Marcelo Câmara permanece detido nas instalações do Batalhão de Polícia do Exército em Brasília, onde, devido ao seu posto de coronel, tem o direito de ser custodiado. A decisão de Moraes reflete uma postura rigorosa em relação a casos de violação da ordem pública, e enfatiza a necessidade de manter a integridade das investigações que envolvem figuras proeminentes da política brasileira. A sequência desse caso seguirá sendo monitorada de perto pela opinião pública e pela mídia, já que as ações do ex-assessor e seus desdobramentos poderão ter implicações significativas no cenário político atual.