A questão tomou contornos mais complexos com a reação de diferentes grupos, como o PSOL, o PL e a Advocacia-Geral da União (AGU), que não hesitaram em recorrer ao STF para contestar a decisão legislativa que derrubou o decreto. O aumento do IOF estava inserido em um conjunto de medidas propostas pelo Ministério da Fazenda, cujo objetivo era fortalecer as receitas do governo e cumprir os compromissos do arcabouço fiscal definido pela administração.
Em um movimento que buscava atender as demandas do Congresso, o governo lançou, em início de junho, uma medida provisória que não apenas elevou a carga tributária sobre empresas de apostas, mas também revisou a isenção de impostos sobre investimentos. Essa iniciativa também incluiu a proposta de reduzir em R$ 4,28 bilhões os gastos obrigatórios no ano, sugerindo uma estratégia abrangente para aliviar a pressão financeira.
Cabe destacar que a decisão de Moraes não abrange todo o decreto. Ele optou por manter suspensa uma cláusula específica que estipulava a imposição de IOF sobre operações de risco sacado, mas o restante do decreto segue em vigor. Assim, a confirmação pela autoridade judicial da relevância da política fiscal do governo Lula se reflete em um cenário onde a legislação tributária continua a ser um ponto de intensa disputa entre os poderes.
Essa batalha legal e política em torno do IOF ilustra as dificuldades que o governo enfrenta para implementar suas políticas em um ambiente legislativo que frequentemente questiona suas decisões. A reversibilidade do decreto original mostra a fragilidade da concordância entre as diferentes esferas do governo, ao mesmo tempo em que enfatiza a importância da fiscalização e das reações corpus legislativo às medidas econômicas.