A defesa do general Netto havia solicitado o adiamento da acareação, prevendo uma nova data para sexta-feira, dia 27, devido à agenda internacional já programada do advogado principal, José Luis de Oliveira Lima. Contudo, o ministro Moraes rejeitou o pedido, argumentando que Braga Netto conta com uma equipe robusta de seis advogados, que estão disponíveis para acompanhá-lo durante a audiência. O ministro destacou também que outros advogados da banca já participaram de diversas etapas do processo, evidenciando a preparação legal do general.
Os advogados de Netto justificam a necessidade da acareação, uma vez que existem contradições nos relatos de depoimento de Cid e do próprio general. Em foco, estão acusações que envolvem conversas sobre um suposto plano intitulado “Punhal Verde e Amarelo”, que seria um planejamento golpista, além de uma alegação específica sobre a entrega de dinheiro a Cid em uma sacola de vinho. Essa questão é particularmente delicada, pois se refere a supostas relações com militares de elite do Exército, conhecidos como “kids pretos”.
Na última audiência, Braga Netto teve a oportunidade de se defender e negou veementemente qualquer envolvimento nas atividades relacionadas ao planalto golpista, ressaltando que nunca discutiu o “Punhal Verde e Amarelo” e que não repassou dinheiro a Cid nas circunstâncias mencionadas.
Vale recordar que o general está detido desde dezembro do ano passado, sob a acusação de obstrução de justiça, a qual inclui tentativas de interferir nas investigações relacionadas à tentativa de golpe de Estado e busca por informações sobre os depoimentos de delação de Mauro Cid. O desdobramento da acareação entre os dois réus poderá trazer novas revelações relevantes para o caso, ampliando o entendimento sobre os vínculos e as possíveis responsabilidades no enredo que envolve o cenário político brasileiro recente.
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