A questão se agrava pelo fato de que tanto Bolsonaro quanto Valdemar estão proibidos de se comunicar entre si, por ordem do próprio Moraes. Essa proibição foi estabelecida no âmbito da mencionada operação, a qual apura a possível existência de uma organização criminosa no alto escalão do governo Bolsonaro, com o objetivo de mantê-lo no poder e impedir a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Reportagens recentes indicam que ambos estiveram presentes na convenção partidária de Ricardo Nunes ao mesmo tempo, o que gerou uma preocupação imediata acerca do possível descumprimento da determinação judicial que impede seu contato direto. Por essa razão, o ministro Moraes deu um prazo de 48 horas para que ambos expliquem se houve qualquer tipo de comunicação entre eles durante o evento. A decisão foi oficializada na quinta-feira, dia 8.
Em resposta, tanto Valdemar quanto Bolsonaro solicitaram ao Supremo a revogação da proibição de comunicação, argumentando a necessidade de discutir e tomar decisões relativas às eleições municipais previstas para outubro. A defesa de Bolsonaro, por sua vez, destacou que o ex-presidente é o “principal cabo eleitoral” do PL, sugerindo que sua participação ativa nas campanhas é crucial para o partido. No entanto, Alexandre de Moraes manteve a proibição e negou o pedido.
A Operação Tempus Veritatis foi deflagrada em fevereiro deste ano, com o principal objetivo de investigar a suposta trama golpista e a estrutura de comando dentro do governo Bolsonaro que teria buscado impedir a transição de poder para Lula. A operação continua sob sigilo, e os desdobramentos das investigações seguem sendo monitorados de perto, especialmente no que tange à conduta dos envolvidos e ao cumprimento das determinações judiciais. A situação sublinha a grave crise política e institucional que o Brasil tem enfrentado, ressaltando a importância das investigações em curso para a manutenção do estado democrático de direito no país.