As acusações contra os dois surgem em um contexto delicado, onde a PF recebeu informações da defesa do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, que assinaram um acordo de delação premiada. Segundo os documentos da investigação, há indícios de que Wajngarten fez várias tentativas para contatar a esposa de Cid, Gabriela Ribeiro Cid, e até mesmo uma filha menor do militar, buscando obter informações que poderiam comprometer as investigações.
Por outro lado, Paulo Cunha Bueno teria se encontrado com a mãe de Cid, Agnes Cid, em um evento na Hípica de São Paulo. Durante essa interação, teria tentado persuadir a matriarca a alterar a defesa de Mauro Cid, o que, segundo Moraes, caracteriza uma tentativa de obstrução das investigações. O ministro fundamentou sua decisão afirmando que as ações descritas indicam, em tese, um delito de obstrução da Justiça.
Além disso, o advogado Luiz Eduardo Kuntz, que defende o ex-assessor Marcelo Câmara, também foi mencionado nas investigações. Ele está sob suspeita de ter tentado contatar a filha de Cid, que possui apenas 14 anos, através de mensagens no WhatsApp. Kuntz já tinha solicitado ao STF a anulação da delação de Mauro Cid, alegando que teve uma conversa com o ex-militar pelas redes sociais, embora tenha negado qualquer tentativa de contato com Cid diretamente.
A situação se complica ainda mais para Marcelo Câmara, que enfrenta restrições devido a uma cautelar de Moraes que o proíbe de manter comunicação com os investigados na trama golpista. Em virtude do descumprimento dessa medida, o ministro decidiu pela prisão de Câmara, ressaltando a seriedade das acusações e a necessidade de garantir a integridade das investigações em curso.