Oliveira, detido desde o ano passado, teve sua defesa insistindo que não poderia desobedecer a uma decisão anterior de Moraes, que determinava sua apresentação sem farda. A oposição da defesa levou o ministro a reiterar sua exigência por volta das 19h, com um ultimato de dez minutos. O militar, já ao saber da nova ordem, se apresentou vestindo uma camiseta, cumprindo assim a determinação do ministro.
Moraes enfatizou que a acusação se dirige aos indivíduos envolvidos, não ao Exército Brasileiro como instituição. Por essa razão, todos os réus deveriam comparecer em vestimentas civis. O ministro também ressaltou a importância do direito à defesa, observando que, por estar preso, o réu dispunha de roupas apropriadas para a ocasião. Se não se apresentasse, a Corte poderia interpretar sua ausência como uma abdicação ao seu direito de se defender.
As alegações do tenente-coronel incluem a negação de sua participação em um plano denominado “Punhal Verde-Amarelo”, que, segundo a Polícia Federal, envolvia ações violentas com o objetivo de assassinar diversas autoridades, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o próprio Moraes. Durante seu depoimento, Oliveira optou por não responder às perguntas da acusação, limitando-se a interagir com sua defesa e se autodenominando “prisioneiro de guerra”.
O interrogatório envolveu também a participação de nove outros militares e um policial federal, todos vinculados ao Núcleo 3 das denúncias da PGR. A investigação se concentra em planejar ações táticas, entre as quais monitoramento de figuras proeminentes como Moraes e Lula.
Os indivíduos convocados para o interrogatório incluem diversos militares de alta patente, que, ao longo de suas aposentadorias, poderão enfrentar consequências significativas dependendo do resultado do processo. A sequência dos deporimentos aguarda ser acompanhada de perto não apenas pela mídia, mas também pela sociedade, que observa atentamente o desenrolar da justiça nesse caso altamente sensível e historicamente complexo.