JUSTIÇA – Moraes dá 15 dias para defesa de Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo responderem a denúncia de coação em processo contra o Brasil.

O ministro Alexandre de Moraes, integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), estabeleceu um período de 15 dias para que as defesas do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do blogueiro Paulo Figueiredo apresentem suas manifestações em relação à denúncia protocolada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A decisão foi anunciada nesta terça-feira, 23 de outubro.

No dia anterior, tanto Eduardo quanto Figueiredo foram formalmente acusados pelo crime de coação no decorrer do processo. Essa denúncia faz parte de um inquérito que investigou as atividades dos envolvidos na promoção de sanções internacionais contra o Brasil e na tentativa de pressionar o STF a não punir o ex-presidente Jair Bolsonaro por supostas práticas ilegais.

Após o prazo dado para as defesas, Moraes revisará os documentos e irá encaminhar o caso para julgamento na Primeira Turma do STF. Neste colegiado, será decidido se os denunciados se tornarão réus, e a deliberação poderá ter implicações significativas na trajetória política de ambos.

Na acusação, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, ressalta que os dois denunciados, atualmente residindo nos Estados Unidos, desempenharam um papel fundamental na articulação de severas sanções contra o Brasil. A motivação, segundo a PGR, seria pressionar o STF a afastar qualquer condenação ao ex-presidente Jair Bolsonaro, em meio a um clima de instabilidade política que envolve acusações de golpe.

Em uma declaração conjunta, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo repudiaram a denúncia, caracterizando-a como infundada e ressaltando que continuarão suas ações colaborativas com aliados internacionais para promover novas sanções contra autoridades brasileiras. “Desconsiderem tentativas de intimidação que foram usadas no passado, pois não têm efeito sobre nós. Essa denúncia é mais uma tentativa dos ‘lacaios’ de Moraes, e a única solução viável para o Brasil passa por uma anistia que restabeleça a normalidade democrática”, afirmaram.

O desenrolar dessa situação evidencia não apenas a complexidade das relações políticas no Brasil, mas também a crescente articulação entre figuras políticas que se encontram fora do país e suas repercussões no cenário interno.

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