A defesa do ex-presidente justifica a necessidade dos exames médicos devido a um quadro de saúde que inclui refluxo e soluços persistentes. Ele será submetido a diversos procedimentos, incluindo exames de sangue e urina, endoscopia, tomografia computadorizada, ultrassonografia e ecocardiograma. Moraes, em sua decisão, estipulou que Bolsonaro deve enviar um atestado de comparecimento ao STF, detalhando os procedimentos realizados e os horários de atendimento no prazo de 48 horas após a consulta.
Além dos exames, a autorização também contempla visitas a alguns aliados políticos, como o senador Rogério Marinho, o deputado Altineu Côrtes, o vice-prefeito de São Paulo, Ricardo Melo Araújo, e o deputado estadual Tomé Abduch. Essas visitas ocorrerão sob rigoroso acompanhamento da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, que é responsável pelo monitoramento eletrônico do ex-presidente.
O contexto dessa decisão se dá após Moraes ter decretado a prisão domiciliar de Bolsonaro no início de agosto, uma medida que limitou as visitas e a utilização das redes sociais. A intervenção judicial foi motivada por indícios de que Bolsonaro utilizou perfis de familiares para contornar a proibição de se comunicar por esses meios, além de sua ligação com investigações relacionadas a atos de retaliação política. Atualmente, Bolsonaro enfrenta diversas acusações, incluindo a de financiar, via transferência eletrônica, a estadia de seu filho Eduardo nos Estados Unidos, onde ele reside sob alegações de perseguição política. O ex-presidente também é réu em um processo pelo suposto envolvimento em uma trama golpista, com o julgamento marcado para setembro.
Essa autorização para os exames médicos e visitas é mais um capítulo na complexa situação legal enfrentada pelo ex-presidente, que se desdobra em uma série de investigações e processos judiciais que prometem continuar a gerar forte repercussão no cenário político brasileiro.