A decisão do ministro está embasada em alegações da Procuradoria-Geral da República, que afirma que o pastor atuou como “orientador e auxiliar das ações de coação” relacionadas a atividades políticas do ex-presidente e de Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PL-SP. Além da apreensão do celular, Moraes impôs ao pastor a proibição de deixar o país e ordenou o cancelamento de seus passaportes, que devem ser entregues em até 24 horas. Também foi estipulado que Malafaia não pode manter comunicação com outros investigados em um inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Na decisão, Moraes destaca que investigações da PF revelaram diálogos entre Silas Malafaia e Jair Bolsonaro que começaram a ser registrados a partir de 9 de julho deste ano, data em que os Estados Unidos anunciaram a imposição de tarifas a produtos brasileiros. Esses intercâmbios de mensagens levantam “fortes indícios” da participação consciente de Malafaia em ações que, segundo a acusação, teriam como objetivo a coação de membros do Poder Judiciário.
O conteúdo das investigações aponta que Malafaia atua de maneira coordenada com outros investigados, contribuindo na elaboração de estratégias para disseminar narrativas falsas e pressionar a Justiça, visando proteger os interesses do grupo. Essa atuação é vista como uma tentativa de minar a eficácia de decisões judiciais que possam interferir nas ações do ex-presidente e de sua base de apoio.
Apesar da gravidade das acusações, a defesa do pastor ainda não prestou esclarecimentos públicos sobre os desdobramentos dessa situação. O caso continua a repercutir nas redes sociais e na cobertura da mídia, em meio à crescente tensão política no país. A situação envolvendo Malafaia é um indicativo do clima conturbado que persiste entre figuras influentes do cenário político brasileiro atual.