Entretanto, a permissão para essa visita não vem sem condições. Moraes estipulou que o veículo de Arthur Lira será submetido a uma revista pela Polícia Penal ao sair da residência do ex-presidente. Essa medida de segurança é parte de novas diretrizes impostas no último fim de semana, que visam evitar eventuais tentativas de fuga de Bolsonaro, que está sob prisão domiciliar.
Vale lembrar que as restrições foram intensificadas em 4 de agosto, quando o ministro decretou a prisão domiciliar de Bolsonaro e limitações rigorosas na realização de visitas. Essas decisões foram motivadas pela percepção do magistrado de que o ex-presidente teria violado uma proibição anterior relacionada ao uso de redes sociais. Moraes acreditou que Bolsonaro havia contornado essa restrição ao se comunicar indiretamente por meio de terceiros.
Essas determinações fazem parte de um inquérito mais amplo, no qual Jair Bolsonaro, juntamente com seu filho Eduardo Bolsonaro, do Partido Liberal de São Paulo, está sendo investigado por sua participação em uma suposta articulação que favoreceu os interesses do governo dos Estados Unidos, então liderado por Donald Trump. O envolvimento no que foi denominado “tarifaço” contra as exportações brasileiras também é parte da análise que se desdobrou em uma série de ações judiciais que têm gerado repercussões significativas na esfera política nacional.
Assim, a autorização de Moraes para a visita de Lira se insere em um contexto de tensão e vigilância em relação às atividades do ex-presidente, tornando palpável a complexidade das relações entre os pilares do governo e a Justiça no Brasil atual.