Na fundamentação de sua decisão, Moraes ressaltou que é responsabilidade do Poder Judiciário determinar a perda do mandato de um parlamentar que seja condenado por uma decisão que tenha se tornado definitiva. Ele enfatizou que à Câmara cabe apenas o papel de declarar essa perda. Ao declarar a nulidade da rejeição à representação nº 2/2025 feita pela Mesa Diretora da Câmara, o ministro também anunciou a imediata perda do mandato de Zambelli, estabelecendo que a situação deve ser revista em um julgamento virtual pela Primeira Turma do STF.
A situação de Carla Zambelli se complica ainda mais pelo seu histórico recente. Em julho deste ano, ela foi presa em Roma, na Itália, quando tentava escapar de um mandado de prisão emitido por Moraes. A deputada, que possui cidadania italiana, buscou asilo político na Europa após ser condenada a 10 anos de prisão pelo STF por sua participação na invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023. Segundo os detalhes apurados nas investigações, Zambelli atuou como a autora intelectual desta invasão, que visava a obtenção de um mandado falso de prisão contra o próprio ministro.
Apesar de seu pedido de asilo, o governo brasileiro já protocolou um pedido formal de extradição junto às autoridades italianas. Essa solicitação foi oficializada em 11 de junho pelo STF e encaminhada pelo Itamaraty. A Justiça italiana deve realizar uma audiência na próxima quinta-feira, dia 18, para decidir sobre o processo de extradição, um desfecho que poderá ter um impacto significativo na vida política de Zambelli e nas próximas etapas do caso que envolve sua condenação.
Dessa forma, o desenrolar dessa história continua a chamar a atenção, particularmente pela delicada relação entre judiciário e legislativo no Brasil, bem como pelo cenário mais amplo da busca por justiça em casos com complexidade tão elevada.










