De acordo com o voto de Moraes, dois acusados, o coronel Márcio Nunes de Resende Júnior e o tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo Júnior, devem enfrentar condenações por crimes mais leves, incluindo incitação à animosidade das Forças Armadas e associação criminosa. Já os outros seis militares e um policial federal enfrentam acusações mais graves, como organização criminosa armada e golpe de Estado. Esses atos foram caracterizados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como parte de um complô para desestabilizar o Estado Democrático de Direito.
Durante a sessão extraordinária da Primeira Turma do STF, que ainda contará com os votos de outros ministros como Cristiano Zanin e Cármen Lúcia, Moraes revelou evidências que indicam um plano bem orquestrado. As provas incluem a localização dos réus através de dados de telefonia celular e conversas no aplicativo Signal, sugerindo uma intenção de eliminar autoridades vistas como adversárias, incluindo Moraes e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. O próprio Moraes destacou que foi salvo de um planejamento de assassinato devido a um recuo de última hora do ex-presidente Bolsonaro, que não conseguiu convencer o comandante do Exército a se juntar ao plano.
Além disso, a investigação revelou documentos como os planos “Copa 2022” e “Punhal Verde e Amarelo”, que previam o uso de armamento pesado para atacar autoridades. Moraes citou ainda um plano específico para assassinar Lula, destinado a ser executado por meio de métodos como envenenamento.
A gravidade dos crimes percebidos nas ações dos réus levou Moraes a caracterizar a intenção do grupo como uma tentativa de instaurar uma “verdadeira ditadura” com o apoio das Forças Armadas, traçando paralelos com eventos históricos do golpe civil-militar de 1964 no Brasil. As defesas dos réus negaram enfaticamente a participação de seus clientes na trama golpista, questionando a condução das investigações pela Polícia Federal.
Com essas novas condenações, o STF totaliza 15 réus já julgados pela trama golpista, enquanto outros núcleos da investigação estão programados para avaliação em dias subsequentes. O judiciário permanece em ação ativa em busca de esclarecimentos e responsabilidades em relação a esses eventos críticos da recente história política do país.
