Entre os atos mencionados por Moraes, destaca-se a utilização de órgãos públicos para monitorar adversários políticos e a proposta de desestabilização do Judiciário, especialmente em relação à Justiça Eleitoral. Além disso, em 2021, foram identificadas transmissões ao vivo e entrevistas que continham graves ameaças à integridade do processo eleitoral e uma onda de desinformação sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas.
Um ponto culminante da narrativa apresentada por Moraes foi o discurso de Bolsonaro no Dia da Independência, em 7 de setembro de 2021, onde o ex-presidente proferiu declarações que foram interpretadas como uma grave ameaça ao Judiciário. Outro aspecto mencionado foi uma reunião ministerial em julho de 2022, onde Bolsonaro reafirmou suspeitas de fraude eleitoral e discutiu estratégias com ministros e comandantes militares, buscando apoio para um eventual golpe.
Além disso, foram listados bloqueios de rodovias pela Polícia Rodoviária Federal durante o segundo turno das eleições, interferindo assim no direito dos eleitores de chegarem às urnas. A má utilização da estrutura das Forças Armadas para investigar o sistema de votação e atos violentos que ocorreram após a eleição também foram destacados pelo ministro.
O julgamento que pode culminar em condenações para Bolsonaro e outros sete aliados por sua suposta participação em uma trama golpista está programado para prosseguir até sexta-feira (12), quando os demais ministros da Primeira Turma deverão emitir seus votos. O desdobramento desse processo jurídico promete ter repercussões significativas na política brasileira, à medida que a sociedade observa atenta às decisões que moldarão o futuro do país e a sua democracia.