JUSTIÇA – “Ministro Flávio Dino afirma que crimes de Bolsonaro e aliados não podem ser anistiados, ressaltando a gravidade da trama golpista em julgamento no STF.”

Na última terça-feira, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), deixou claro que os crimes atribuídos ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a outros sete co-réus envolvidos em uma suposta trama golpista não podem ser alvo de anistia. As declarações do ministro ocorrem em um contexto em que aliados de Bolsonaro tentam avançar no Congresso um projeto de lei que visa proteger o ex-presidente de possíveis condenações por parte da mais alta corte do país.

Durante seu voto, Dino fez referência a precedentes do STF, ressaltando que, historicamente, não houve concessões de anistia para figuras que ocupam altos cargos do governo. “Esses crimes já foram declarados pela Suprema Corte como impossíveis de serem beneficiados por indulto ou anistia”, enfatizou.

As acusações contra os réus são graves e incluem organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, danos qualificados e deterioração de patrimônio tombado. As implicações legais e políticas dessas acusações geram um intenso debate no cenário nacional.

Em um momento adicional, Dino abordou a questão das “agressões e ameaças de governos estrangeiros”, afirmando que esses fatores não influenciam o julgamento e representam “elementos extra-autos.” O ministro enfatizou que sua decisão será unicamente baseada nas evidências presentes no processo, sem qualquer tentativa de enviar mensagens externas. “Não há no voto que vou proferir nenhum tipo de recado ou mensagem”, disse.

Dino é o segundo a votar na Primeira Turma do STF referente a este caso, que começou a ser discutido na mesma manhã. O relator, Alexandre de Moraes, já se manifestou a favor da condenação de Bolsonaro e de seus aliados. Ainda restam os votos dos ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

Os réus incluem nomes proeminentes da administração Bolsonaro, como o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier; e o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, dentre outros. O desfecho deste julgamento poderá ter repercussões significativas para a política brasileira e para o futuro do ex-presidente.

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