JUSTIÇA – Ministro do STF vota contra recursos de Bolsonaro e Braga Netto em julgamento sobre trama golpista contra Lula.

Em uma decisão que promete agitar os bastidores políticos, o ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou contra os recursos apresentados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo general Braga Netto. O objetivo dos recursos era impedir que os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin atuassem no julgamento da denúncia sobre a suposta trama golpista que visava impedir um terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.

A votação de Nunes Marques, que foi nomeado por Bolsonaro para integrar a Corte em 2020, foi um dos passos cruciais para definir o rumo do caso. Com o voto do ministro, o STF contabilizou oito votos a favor da manutenção de Moraes, Dino e Zanin no julgamento do núcleo 1 da denúncia. Este núcleo, do qual Bolsonaro e Braga Netto fazem parte, será julgado pela Primeira Turma do Supremo na próxima terça-feira (25), com a possibilidade de os réus serem decididos.

O embate jurídico teve desdobramentos nos últimos meses, quando o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, rejeitou os pedidos da defesa de Bolsonaro para declarar impedidos os ministros Zanin e Dino. Diante disso, a defesa do ex-presidente recorreu da decisão e solicitou que o caso fosse avaliado pelo plenário da Corte.

Os argumentos apresentados pelos advogados contra a participação dos ministros no julgamento giram em torno de supostos conflitos de interesse. Flávio Dino teria entrado com uma queixa-crime contra Bolsonaro enquanto ocupava o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública, antes de chegar ao STF. Já Cristiano Zanin, segundo a defesa de Bolsonaro, atuou como advogado da campanha de Lula e ingressou com ações contra a chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022.

Além disso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou em fevereiro Bolsonaro e outras 33 pessoas ao STF pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. A acusação inclui também outros militares, como Walter Braga Netto e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Diante de um cenário jurídico complexo e cercado de polêmicas, o desfecho do julgamento promete ser decisivo para o futuro político do Brasil.

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