JUSTIÇA – Ministro do STF solicita extradição de Carla Zambelli após condenação por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça e fuga para a Itália.

O ministro Alexandre de Moraes, integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), tomou uma decisão significativa ao encaminhar um pedido de extradição da deputada Carla Zambelli (PL-SP) ao governo federal nesta quarta-feira (11). O ofício, que segue para as mãos do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, marca um passo importante no caso que envolve a parlamentar.

Na semana anterior, Moraes havia já decretado a prisão de Zambelli, que se encontra na Itália para não cumprir uma sentença de dez anos de reclusão. Essa condenação se refere à sua participação em uma invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ato ocorrido em 2023. O documento enviado ao governo brasileiro não apenas solicita a extradição, mas também inclui uma cópia da decisão de condenação, os artigos do Código Penal que embasam a decisão e um resumo detalhado dos fatos.

No texto, Moraes descreve de forma incisiva a atuação da deputada, afirmando que ela “comandou a invasão a sistemas institucionais utilizados pelo Poder Judiciário, mediante planejamento, arregimentação e comando de pessoa com aptidão técnica e meios necessários”. A acusação destaca que esse ato foi realizado com a intenção de adulterar informações, sem a devida autorização.

Além de solicitar a extradição, o ministro também apontou as garantias que o Brasil se compromete a oferecer à parlamentar caso a Itália aceite o pedido. Dentre essas garantias, estão a proibição de submeter Zambelli a prisão ou processo por fatos anteriores, a não imposição de pena perpétua e a garantia de que não será submetida a tratamentos cruéis ou degradantes.

No último sábado (7), Moraes determinou que a execução da condenação de Zambelli fosse imediata. Essa decisão surgi após a Primeira Turma do STF ter negado, por unanimidade, um recurso da defesa da parlamentar para anular a condenação. O caso de Zambelli se entrelaça com o do hacker Walter Delgatti, que também foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão por executar a invasão sob a ordem de Zambelli. A situação, complexa e polêmica, continua a chamar a atenção tanto da Justiça quanto da sociedade.

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