Durante uma operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal em 2023, uma cópia desse documento foi localizada na residência de Torres. As investigações apontam que a minuta em questão era de conhecimento do ex-presidente Jair Bolsonaro e poderia ter sido utilizada como um instrumento para a decretação de medidas de estado de defesa, com o intuito de contestar o resultado das eleições presidenciais de 2022 e obstruir a posse do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.
A defesa de Torres argumenta que o documento não possui relevância significativa e destaca que sua versão está acessível publicamente na internet. Após a aquisição das informações solicitadas, os advogados do ex-ministro planejam pedir uma análise técnica que comprove que a minuta apreendida não é a mesma apresentada por Bolsonaro durante uma reunião com líderes das Forças Armadas.
Além disso, Moraes também autorizou a realização de uma acareação entre Torres e o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes. Esta audiência está agendada para a próxima terça-feira. A defesa de Torres considera essa acareação fundamental para esclarecer inconsistências nas declarações do general prestadas à Polícia Federal ao longo das investigações. Gomes foi ouvido na condição de testemunha e esteve presente em uma reunião na qual Bolsonaro teria discutido propostas que incentivavam a participação das Forças Armadas na suposta tentativa de golpe em 2022.
Essa situação destaca a complexidade do processo legal em andamento e as tensões que ainda permeiam a esfera política do país, com desdobramentos que vão além das esferas judicial e militar, envolvendo uma análise crítica das estratégias políticas atuais e passadas. O desenrolar dessas investigações continua a capturar a atenção do público e a moldar o debate sobre a integridade do processo democrático brasileiro.