Na decisão, Moraes salienta que o relatório da PF indica diversas tentativas de Bolsonaro de contornar medidas cautelares que já lhe havia sido impostas. Tais medidas proíbem o contato com outros envolvidos na investigação e o acesso às redes sociais, incluindo perfis de terceiros. O documento referente ao pedido de asilo, que está salvo no celular de Bolsonaro desde 2024, possui 33 páginas e é notavelmente desprovido de assinatura e data.
O conteúdo do documento revela que Bolsonaro considerou a possibilidade de solicitar asilo político ao atual presidente argentino, Javier Milei. Moraes também menciona um episódio específico envolvendo o general Braga Netto, que, mesmo sob proibição de se comunicar com Bolsonaro, teria tentado o contato, além das trocas de mensagens entre o ex-presidente e seus aliados. Essas mensagens foram utilizadas para discutir orientações sobre publicações nas redes sociais, levantando preocupações adicionais sobre possíveis descumprimentos legais.
Em sua decisão, Moraes afirmou que a defesa de Jair Bolsonaro deve explicar os reiterados descumprimentos das medidas cautelares, as condutas ilícitas observadas e a existência de um risco potencial de fuga do ex-presidente.
O caso agora segue para avaliação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se denunciara ou não Jair e Eduardo Bolsonaro ao STF. Essa situação evidencia a crescente tensão entre a investigação e os desdobramentos políticos no cenário atual, refletindo a complexidade do papel da Justiça em relação a figuras proeminentes do país. A expectativa agora recai sobre os próximos passos da defesa e as implicações legais associadas ao caso.