Segundo a assessoria do STF, o próprio ministro decidiu desativar sua conta, que estava inativa desde janeiro de 2024. Essa ação ocorre um dia após Moraes determinar que a antiga Twitter faça o pagamento imediato de uma multa de R$ 8,1 milhões, aplicada contra a empresa no ano passado.
A decisão de Moraes foi motivada pelo descumprimento da empresa em retirar do ar o perfil do blogueiro Allan dos Santos, após a divulgação de conversas falsas atribuídas a uma jornalista. Mesmo com a suspensão posterior da conta de Santos, a empresa se recusou a fornecer as informações cadastrais ao STF, alegando que não guarda tais dados. Os recursos apresentados pela empresa contra a multa foram rejeitados pelo ministro.
Essa situação insere-se em um contexto mais amplo de embate entre Moraes e o empresário Elon Musk, proprietário do X. Musk adotou uma postura de defesa da liberdade de expressão e criticou publicamente as decisões do ministro em relação à suspensão de perfis na plataforma. Além disso, Musk critica a condução das ações penais relacionadas aos ataques de janeiro de 2023, quando apoiadores de Jair Bolsonaro invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília.
Em outubro do ano passado, Moraes chegou a determinar o bloqueio do X no Brasil devido ao descumprimento de ordens judiciais, porém a plataforma foi liberada após a empresa indicar um representante legal no país. Essa série de desentendimentos entre Moraes, Musk e a empresa reflete as tensões existentes entre a liberdade de expressão e o cumprimento da lei no ambiente digital.