JUSTIÇA – “Ministra do TSE é Barrada em Seminário e Sofre Racismo, Afirma Cármen Lúcia em Sessão Oficial”

Em uma manifestação contundente, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, denunciou um ato de racismo e discriminação que teve como alvo a ministra Vera Lúcia Santana Araújo, integrante da Corte. O incidente ocorreu durante um seminário em Brasília, realizado pela Comissão de Ética Pública, e causou indignações à frente do TSE e em diversos setores da sociedade.

Vera Lúcia, que foi indicada ao tribunal pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e é uma renomada advogada e ativista do movimento de mulheres negras, foi convidada a palestrar no evento com o tema “Gestão Pública – Prevenção ao Enfrentamento ao Assédio e a Discriminação”. No entanto, ao chegar ao local, ela foi barrada, mesmo apresentando sua carteira funcional, e só conseguiu acessar o auditório após uma série de intervenções.

Cármen Lúcia, em um tom assertivo, descreveu o episódio como um exemplo claro de racismo e destacou que a ministra Vera Lúcia foi submetida a um tratamento indigno. Ela afirmou que “racismo é crime”, e sublinhou a imoralidade e a injustiça de qualquer discriminação que desconsidere a dignidade da pessoa humana. Esse comentário manifesto ressoa como um chamado à reflexão para toda a sociedade sobre a persistência do racismo estrutural no Brasil.

Além de relatar os acontecimentos em sessão pública, Cármen Lúcia enviou um ofício à Comissão de Ética para formalizar a incidência do ocorrido, evidenciando a gravidade da situação. “O agravo não é apenas um insulto à dignidade da ministra, mas fere todos os brasileiros e brasileiras, além de impactar a Justiça Eleitoral”, enfatizou a presidente do TSE.

O evento ocorreu no auditório da Confederação Nacional do Comércio (CNC), que abriga diversas instituições, incluindo a Advocacia-Geral da União (AGU). Em resposta ao episódio, a AGU destacou que o controle de entrada no prédio é gerido por uma equipe terceirizada, mas se comprometeu a adotar medidas para responsabilizar os envolvidos e implementar ações educativas para evitar ocorrências semelhantes.

Este incidente expõe uma realidade preocupante que ainda permeia muitas esferas da sociedade e é um pedido por responsabilidade e conscientização sobre temas que, embora alarmantes, continuam a ser velados na discussão pública. A manifestação de Cármen Lúcia reafirma o compromisso judicial com a igualdade e a justiça, valores que devem ser perseguidos tanto no âmbito institucional quanto no cotidiano da sociedade.

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