JUSTIÇA – Ministra do TSE é barrada em seminário e denuncia racismo e discriminação; Cármen Lúcia exige providências contra o tratamento indigno sofrido.

Na última terça-feira, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, denunciou um grave incidente de racismo e discriminação envolvendo a ministra Vera Lúcia Santana Araújo, membro da Corte. O episódio aconteceu durante um seminário realizado em Brasília na semana passada, onde Vera Lúcia foi impedida de entrar, mesmo apresentando sua carteira funcional.

Convocada para palestrar em um evento organizado pela Comissão de Ética Pública sobre “Gestão Pública – Prevenção ao Enfrentamento ao Assédio e à Discriminação”, a ministra encontrou resistência na entrada do auditório, levando a Cármen Lúcia a descrever a situação como um tratamento indigno. Para conseguir acessar o local e realizar sua apresentação, Vera Lúcia teve que recorrer a intervenções que garantissem seu ingresso.

A presidente do TSE, em sua fala, não hesitou em caracterizar o ocorrido como um ato de racismo, enfatizando a gravidade da situação. “Racismo é crime, e qualquer forma de discriminação é inconstitucional e imoral”, declarou. Cármen Lúcia também expressou sua indignação ao afirmar que todos os brasileiros deveriam se sentir ofendidos por um episódio dessa natureza que, além de manchar a imagem da Justiça Eleitoral, reflete uma triste realidade da sociedade.

Ainda durante a sessão, Cármen Lúcia informou que enviou um ofício à Comissão de Ética para documentar o incidente de maneira formal. Ela comunicou que a discriminação enfrentada por Vera Lúcia poderia ser considerada um crime, exigindo uma resposta adequada por parte das autoridades competentes.

O seminário ocorreu no auditório do Centro Empresarial da Confederação Nacional do Comércio (CNC), que abriga diversos órgãos, incluindo a Advocacia-Geral da União (AGU). Em resposta ao ocorrido, a AGU emitiu um comunicado esclarecendo que a entrada no edifício é controlada por funcionários terceirizados, uma situação que complicou a gestão do incidente.

O órgão tomou a iniciativa de abrir um procedimento administrativo e notificar a empresa responsável pela administração do prédio, solicitando a preservação de qualquer imagem ou prova que pudesse esclarecer o que ocorreu. O intuito é garantir que tais episódios não voltem a se repetir, demonstrando um compromisso com a justiça e a dignidade de todos.

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