JUSTIÇA – Ministra do STF classifica violência contra mulheres como uma guerra em discurso impactante durante seminário em São Paulo.

Em um evento realizado pela Escola Superior do Ministério Público de São Paulo (ESMPSP), a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, fez uma declaração contundente sobre a situação de violência no Brasil em 2024. Segundo a ministra, o país vive uma verdadeira guerra contra as mulheres, com cerca de 20 milhões de notificações de violência no último ano. Esses números representam quase 10% da população brasileira, o que evidencia a gravidade do problema.

Durante o Seminário Democracia, Justiça, Política e o Futuro do Ministério Público, Perspectiva Feminina, Cármen Lúcia destacou a importância de se discutir os desafios contemporâneos do Ministério Público, especialmente na perspectiva feminina. A ministra ressaltou a necessidade de desenvolver políticas públicas que promovam a igualdade de gênero e criem um ambiente favorável à participação das mulheres em todas as esferas de poder.

Além disso, Cármen Lúcia chamou a atenção para a desigualdade de gênero também nas carreiras do sistema de Justiça. Apesar de as mulheres serem maioria nas faculdades de Direito e nos concursos para a magistratura e Ministério Público, elas ainda são minoria nos espaços de decisão e comando. A ministra questionou as razões pelas quais nos tribunais e no Ministério Público as mulheres são sub representadas, apesar de sua presença expressiva em outras etapas das carreiras jurídicas.

O evento, que encerrou as comemorações do mês da mulher, contou com a participação do ministro do STF, Alexandre de Moraes, e teve como objetivo principal estimular o debate sobre a inserção das mulheres no Ministério Público e na sociedade como um todo. Cármen Lúcia enfatizou a importância de se combater a violência contra as mulheres e promover a igualdade de gênero como caminhos essenciais para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

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