JUSTIÇA – Ministério Público investiga participação de policiais militares em evento religioso obrigatório no Distrito Federal

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) solicitou à Corregedoria-Geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) a abertura de um procedimento de investigação preliminar para analisar a possível participação obrigatória de policiais militares em um evento religioso. Segundo informações obtidas pela Promotoria de Justiça Militar do Distrito Federal, o comandante do 6º Batalhão da PMDF, tenente-coronel Rodrigo da Silva Abadio, teria ordenado que os policiais sob seu comando comparecessem à Formatura Geral, realizada na sede da Igreja Universal no Centro Comercial Conic, em Brasília.

Diante disso, o MPDFT também solicitou à Justiça o afastamento de Abadio do comando do 6º Batalhão de Polícia Militar e sua transferência para outra unidade até o encerramento das investigações. Ressalta-se que o 6º Batalhão é responsável pelo patrulhamento da região da Esplanada dos Ministérios e arredores.

A denúncia foi embasada em uma reportagem publicada que apurou que a convocação dos oficiais para o evento ocorreu através de um grupo no WhatsApp, com a indicação de que a presença dos policiais era obrigatória, sem a possibilidade de falta. Consta ainda que a PMDF disponibilizou transporte oficial para o deslocamento dos policiais até o local da formatura na manhã do dia 27 de julho.

A Polícia Militar do Distrito Federal se manifestou publicamente, justificando que o encontro tinha o propósito de homenagear os policiais merecedores de destaque e fornecer orientações ao efetivo sob o comando do novo comandante. A cerimônia teria sido realizada em um espaço cedido pela igreja, sem custos para a corporação, e a escolha da Igreja Universal como local se deu pela capacidade de acomodar todo o efetivo presente.

Foi mencionado pela PMDF que momentos ecumênicos são comuns nas Formaturas Gerais da corporação, e que a presença de um pastor para a reflexão espiritual faz parte da prática habitual. A corporação também destacou a preocupação com o bem-estar dos policiais, mencionando que a escolha do local do evento visou proporcionar conforto aos agentes, com estrutura adequada para acomodá-los.

Diante das acusações levantadas pelo Ministério Público, são apontados possíveis indícios de crimes como peculato, prevaricação, aplicação ilegal de verba, entre outros, além da prática de improbidade administrativa. A investigação do caso segue em andamento, com a expectativa de esclarecer os fatos e tomar as medidas cabíveis, visando garantir a transparência e a legalidade nas ações da corporação militar.

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