Ramagem, que atuou como diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a presidência de Jair Bolsonaro, evadiu-se para os Estados Unidos em setembro, buscando escapar das penalidades impostas pela justiça brasileira. O processo de extradição foi solicitado pelo ministro Alexandre de Moraes, que também havia imposto restrições a Ramagem anteriormente, incluindo a proibição de deixar o país e a entrega de seus passaportes.
A travessia do ex-deputado pela fronteira com a Guiana, permitindo-lhe embarcar para Miami utilizando um passaporte diplomático, foi confirmada pela Polícia Federal. Esse ato ousado contraria as ordens judiciais e levanta questões sobre a segurança do sistema de imigração e os mecanismos de fiscalização de passaportes no Brasil.
Além disso, na última sexta-feira, a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados emitiu uma declaração oficial que cassou o mandato de Ramagem, uma provação acentuada pela Constituição, que determina a perda do mandato de parlamentares condenados na justiça. Essa decisão ocorreu dentro de um contexto de crescente pressão política e social para responsabilizar aqueles envolvidos em atos considerados antidemocráticos.
Agora, com o pedido de extradição chegando ao Ministério das Relações Exteriores, o próximo passo será a formalização do processo junto ao governo norte-americano. A efetivação da extradição de Ramagem se revela como um teste importante para as relações entre Brasil e Estados Unidos, especialmente em um momento em que a cooperação internacional no combate ao crime é mais do que necessária. A situação de Ramagem continua a ser um ponto focal na política brasileira, refletindo tensões em relação à justiça e à governança no país.
