JUSTIÇA – Mauro Cid, ex-ajudante de Bolsonaro, inicia pena de dois anos em regime aberto após colaborar com investigações sobre tentativa de golpe de Estado.

O ministro Alexandre de Moraes, integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou na quinta-feira (30) a determinação para que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, inicie o cumprimento de sua pena de dois anos em regime aberto. Cid foi condenado devido à sua implicância na tentativa de golpe de Estado, cujo objetivo era manter Bolsonaro no poder mesmo após a derrota nas eleições de 2022.

Cid se destacou como delator na trama que visava desestabilizar o processo democrático, o que lhe garantiu a menor pena entre os oito indivíduos condenados. A Primeira Turma do STF reconheceu a importância de sua colaboração na elucidação dos fatos, fato que influenciou na redução da sua sanção.

Com a defesa do tenente-coronel optando por não recorrer da sentença, Moraes declarou o trânsito em julgado do processo, justificando que a pena deveria ser executada imediatamente. Além disso, foram revogadas todas as medidas cautelares impostas anteriormente, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. Uma audiência foi agendada para a próxima segunda-feira (2), onde Cid poderá não apenas retirar o dispositivo, mas também reaver seu passaporte e os bens apreendidos durante a investigação.

A defesa de Cid argumentou que o tempo em que ele esteve sob prisão preventiva e domiciliar deveria ser considerado suficiente para o cumprimento da pena. Entretanto, Moraes não atendeu ao pedido, determinando que seja feita uma análise do período de detenção para efeito de detração penal, ou seja, para reduzir o tempo da pena a ser cumprida.

Os recursos apresentados por Bolsonaro e pelos demais réus seguem seu trâmite legal e estão agendados para serem julgados pela Primeira Turma entre os dias 7 e 14 de novembro em um ambiente virtual. A condenação de Cid, Bolsonaro e outros cinco réus ocorre em um contexto de acusação por crimes como organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Entre os envolvidos, Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), foi condenado por menos crimes, beneficiando-se da suspensão de partes das acusações.

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