Em um discurso repleto de reflexões, Barroso expressou o desejo de viver longe da exposição pública que o cargo de ministro exige. Ele declarou sentir que é o momento de “seguir novos rumos”, embora não tenha esclarecido quais são esses novos caminhos. Afirmou não ter apego ao poder e que deseja aproveitar o que resta de sua vida sem as obrigações e a pressão inerentes à função pública.
O ministro também fez questão de destacar sua gratidão à ex-presidente Dilma Rousseff, que o nomeou para a Suprema Corte em 2013. Ele ressaltou que sua escolha ocorreu de maneira “republicana”, sem pressão ou solicitações, o que demonstra um respeito mútuo pelas instituições.
Além disso, Barroso elogiou a postura do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, especialmente em relação à defesa do STF em momentos de crise, como os ataques promovidos por setores do governo dos Estados Unidos e os eventos conturbados de 8 de janeiro. O ministro expressou sua gratidão pela firmeza de Lula em proteger a integridade do tribunal diante de situações adversas.
Por fim, Barroso afirmou que deixa o cargo com “consciência tranquila”, sem guardar mágoas ou ressentimentos. Reconheceu que sua trajetória no STF foi marcada por intensos debates, especialmente com o colega Gilmar Mendes, mas reafirmou sua confiança de que o tribunal continuará a ser um pilar da Constituição e um guardião da democracia no Brasil. O ministro se despede, assim, diante de um cenário desafiador, mas com a esperança de que a instituição mantenha seu papel fundamental na estabilidade das instituições brasileiras.
-
-
-
-
