JUSTIÇA – Marília de Alencar pede absolvição de acusações de envolvimento em golpe durante governo Bolsonaro em sessão do STF.

Na tarde desta terça-feira (9), a defesa de Marília de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, solicitou a absolvição da cliente durante uma sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Marília é uma das seis réus implicados em uma suposta trama golpista que teria ocorrido durante o governo de Jair Bolsonaro.

Segundo a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Marília, na sua função como delegada da Polícia Federal, teria liderado um levantamento de dados utilizados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) com a finalidade de implementar blitze que, segundo a acusação, dificultaram a circulação de eleitores nordestinos durante o segundo turno das eleições de 2022. Os advogados de Marília argumentaram que as intenções reais por trás desse levantamento eram monitorar a atuação do crime organizado no período eleitoral.

Durante a apresentação de sua defesa, o advogado Eugênio Aragão afirmou que não existem evidências concretas que comprovem que as informações coletadas tenham chegado até Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF, que também enfrenta acusações. Ele ressaltou que as operações policiais eram realizadas de forma descentralizada, com cada superintendência estadual decidindo onde e como as barreiras seriam montadas. Para Aragão, isso indica que Marília não tinha controle sobre as ações operacionais da PRF, o que enfraquece as alegações que a ligam diretamente a um suposto esquema golpista.

Adicionalmente, o defensor enfatizou a ausência de vínculos pessoais entre Marília e Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, que já foi condenado no primeiro núcleo da investigação que envolve a trama. Essa afirmação visa desconstruir a percepção de que Marília possa ter atuado como parte de um grupo mais amplo de conspiração.

A audiência continua com as sustentações das defesas dos outros réus no caso. Entre eles estão Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais do ex-presidente, e Marcelo Câmara, além de figuras da esfera militar e policial, como Mário Fernandes e Fernando de Sousa Oliveira. Juntos, esses indivíduos são acusados de crimes que vão desde organização criminosa até tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, o que demonstra a gravidade das alegações que pairam sobre esse grupo. As discussões em torno do caso seguem em curso no STF, enquanto a sociedade aguarda desdobramentos e decisões que podem impactar o cenário político nacional.

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