A prisão foi efetivada por volta das 16h50 na residência do coronel, situada em Sobradinho, no Distrito Federal. A determinação do ministro ocorreu em um contexto onde a cautelar imposta visava preservar a integridade das investigações em andamento. O advogado de Câmara, Eduardo Kuntz, havia informado ao Supremo um episódio em que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, o contatou por meio de redes sociais, violando assim a proibição. Este contato levou Kuntz a solicitar a anulação da delação de Cid, um pedido que revelou a gravidade da situação e a preocupação em relação à obstrução das investigações.
Na sua decisão, Moraes não hesitou em classificar a conduta do advogado como uma “transgressão ilicitamente das obrigações legais”, destacando a seriedade do que poderia ser interpretado como uma tentativa de obstruir as investigações relacionadas a uma trama golpista. O ministro também deu seguimento à questão ao determinar a abertura de um inquérito para investigar tanto o advogado quanto seu cliente. Marcelo Câmara é um dos réus associados ao que se denomina “Núcleo 2” da referida trama, grupo que é acusado de planejar ações que visavam manter Bolsonaro no poder de forma ilegítima durante o ano de 2022.
A situação é emblemática e reflete a tensão atual entre os desdobramentos jurídicos e políticos no país, trazendo à tona várias questões sobre a integridade do processo democrático e a luta contra práticas ilícitas. A prisão de Câmara e as complicações legais envolvendo advogados e delatores evidenciam um cenário complexo, onde a Justiça busca garantir a responsabilização de todos os envolvidos em tentativas de subverter a ordem democrática.