JUSTIÇA – Laboratório em Nova Iguaçu tem prisão decretada após transplante de órgãos infectados com HIV; seis acusados responderão por crimes graves.

A 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, no estado do Rio de Janeiro, determinou a prisão preventiva de seis pessoas, entre eles sócios e funcionários do laboratório PCS Labs Saleme. Eles são acusados de serem responsáveis pelos exames laboratoriais equivocados que resultaram na liberação de órgãos infectados com o vírus HIV para transplante.

Os alvos dos mandados de prisão incluem dois sócios do laboratório, Walter Vieira, que já estava detido, e seu filho Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, que se apresentou voluntariamente à polícia. Segundo o advogado Afonso Destri, a prisão é considerada ilegal e uma antecipação de pena sem processo ou julgamento. O advogado afirmou que Matheus sempre colaborou com as investigações e não era alvo de prisão temporária, e que irá impetrar um habeas corpus contra a decisão.

Além dos sócios, os funcionários do laboratório Adriana Vargas dos Anjos, Jacqueline Iris Barcellar de Assis, Ivanilson Fernandes dos Santos e Cleber de Oliveira Santos também tiveram suas prisões decretadas, sendo que alguns já se encontravam detidos.

As acusações contra os seis incluem lesão corporal grave que resultou em doença incurável, organização criminosa e falsidade ideológica. Jacqueline também responde por falsificação de documento particular.

Segundo a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o exame de sangue do doador de órgãos, que era soropositivo, apresentou um resultado falso negativo devido à degradação dos reagentes. O MPRJ alega que os acusados tinham conhecimento da degradação dos reagentes devido às suas funções no laboratório, e que a redução do controle de qualidade dos reagentes, promovida para cortar custos, comprometeu a precisão dos resultados.

A situação levantou questões sobre a segurança e a confiabilidade dos exames laboratoriais realizados, assim como a gestão de custos e qualidade nos laboratórios de análises clínicas. O caso continua sendo investigado pelas autoridades competentes para apurar as responsabilidades e garantir a justiça para as vítimas envolvidas.

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